03 abril 2010

Uma ajuda para crescer e multiplicar




As primeiras técnicas de reprodução assistida surgiram sobretudo para combater a dificuldade das mulheres para engravidar. A fertilização in vitro, processo em que o sêmen entra em contato com os óvulos fora do corpo da mulher, surgiu nos anos 80 e trouxe esperança para os casais que enfrentavam o problema – com bons resultados em muitos casos. Havia, no entanto, uma situação que continuava praticamente insolúvel: quando era o homem quem tinha o problema de fertilidade. Isso porque o processo de fertilização in vitro dependia da disponibilidade de espermatozóides com um patamar mínimo de quantidade e qualidade.
Em 1992, uma nova técnica surgiu para superar esse problema: a injeção intracitoplasmática de espermatozóides, conhecida pela sigla ICSI, em inglês. O método foi desenvolvido por uma equipe do Centro de Medicina Reprodutiva da Universidade de Bruxelas, na Bélgica, liderada pelo pesquisador André van Steirteghem, reconhecido como uma das
maiores autoridades mundiais em reprodução assistida.

Por essa técnica, um espermatozóide é escolhido “a dedo” e extraído diretamente do testículo ou do epidídimo (reservatório de espermatozóides localizado na parte superior dos testículos) e injetado no citoplasma do ovócito. Além de ser aplicado em casos de comprometimento sério na produção de espermatozóides e mesmo em homens azoospérmi cos (ausência de espermatozóides na ejaculação), o método serve para casos em que o parceiro fez vasectomia – já que, ao contrário do que se imaginava, esse procedimento cirúrgico não interrompe a produção de espermatozóides. O restante do processo segue como na fertilização in vitro convencional. Uma vez obtida a fecundação, dois ou três embriões são transferidos para o útero, entre um e três dias depois da coleta. Para aumentar as chances de sucesso, o médico responsável pode esperar mais alguns dias, até que os embriões cheguem ao blastocisto, estágio mais avançado que o embrião pode atingir fora do corpo da mulher.

Embora ainda seja cara – cada tentativa custa cerca de 5 000 dólares –, a ICSI tem como vantagem uma taxa de êxito considerada alta, entre 25% e 40%. Alguns fatores interferem diretamente nesse percentual, como a idade da mãe: quanto mais avançada, menores as chances de sucesso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...