A fotofobia, que faz com que muitos evitem atividades como dirigir ou ler e trabalhar, atinge, entre os pacientes com enxaqueca, até mesmo as pessoas cegas. Essa constatação levou o grupo de cientistas a investigar a hipótese de que os sinais transmitidos pela retina por meio dos nervos ópticos intensificariam as dores.
Os pesquisadores examinaram dois grupos de deficientes visuais que sofriam de enxaqueca. Os voluntários no primeiro grupo eram totalmente cegos devido a doenças como câncer na retina ou glaucoma. Como não eram capazes de enxergar imagens ou de perceber luz, tinham dificuldade de manter ciclos normais de sono. O segundo grupo era formado por deficientes visuais devido a doenças degenerativas. Essas pessoas não são capazes de perceber imagens, mas podem detectar a presença de luz e manter ciclos normais entre estar acordado e dormir.
“Enquanto os pacientes no primeiro grupo não experimentaram diferenças após a exposição à luz, os do segundo grupo tiveram uma intensificação nas dores”, disse Burstein. “Isso indicou que o mecanismo da fotofobia deveria envolver o nervo óptico, porque em indivíduos totalmente cegos esse nervo não transporta os sinais luminosos até o cérebro."

Para os autores do estudo, a descoberta fornece novas rotas para abordar o problema da fotofobia em portadores de enxaqueca. “Clinicamente, a pesquisa monta um cenário para identificar maneiras de bloquear o caminho da dor de modo que os pacientes possam suportar a luz sem desconforto”, disse o pesquisador.
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